Campus de Goiabeiras - Vitória

Companhia de dança Deborah Colker comemora seus 30 anos com estreia de "Sagração"

Novo espetáculo reúne obra clássica de Stravinsky e cosmogonias originárias. Apresentações serão nos dias 13 e 14 de setembro e os ingressos estão à venda no site Lebillet.

Em março, a Companhia de Dança Deborah Colker retornou ao Theatro Municipal do  Rio de Janeiro para comemorar seu trigésimo aniversário. O palco, onde tudo começou,  recebeu desta vez a estreia de “Sagração”. Na versão dirigida por Deborah Colker, a  música clássica de Stravinsky encontra ritmos brasileiros no espetáculo inspirado por  visões ancestrais sobre a origem do mundo.

Com apresentação do Ministério da Cultura e do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei  Federal de Incentivo à Cultura, e patrocinado pela Petrobras, a Companhia dá início à  temporada de apresentações de 2024 com a turnê celebrativa dos seus 30 anos. Ao  longo desses anos houveram mais de duas mil apresentações, em mais de 100  cidades, de 32 países, totalizando um público de cerca de 3,5 milhões de pessoas.
 
“Ao longo desses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na  cultura, na política e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de  evolução, que é um tema muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor  executivo João Elias, que em 1994 fundou a companhia de dança com Deborah Colker. 

O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre  adaptação de “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky,  que ganhou projeção mundial pela montagem estreada em Paris em 1913, com  coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A composição musical é considerada revolucionária por introduzir estruturas rítmicas e  harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.
 
“Quando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão  de povos originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi  responsável por pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A  Sagração da Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”.

Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias  indígenas Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro. O cineasta  contou à ela como o povo do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é  dançada e acompanhada por narração do próprio Takumã e faz parte da coleção de  cosmogonias que a diretora reuniu para montar a dramaturgia do espetáculo.

“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui  Deborah, que, na companhia de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do  livro “Gênesis”, as passagens sobre Eva e a serpente e sobre Abraão ganham cenas que  destacam momentos de ruptura. “São dois mitos que elaboram sobre a consciência  humana: pela autonomia de uma mulher que desperta para caminhos interditados e transgride; e de um homem que sai da sua casa e cultura em direção a si mesmo”,  destaca o dramaturgo. Além das alegorias bíblicas, a coreógrafa também buscou  referências na literatura científica.

“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como  outros seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a  presença das personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no  espetáculo. “Nossa dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que  pensam a existência da vida em nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o  diretor musical Alexandre Elias, introduziu à partitura instrumental de Stravinsky a  sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros.

Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de instrumentos de orquestra, o diretor musical adicionou flauta de madeira, maracá, caxixi e tambores. Os paus de chuva também entram em cena no arranjo executado ao vivo pelos bailarinos. Para Alexandre Elias, “foi um privilégio trabalhar profundamente na estrutura da obra”

Criação, Direção e Dramaturgia
DEBORAH COLKER

Direção Executiva
JOÃO ELIAS

Direção Musical
ALEXANDRE ELIAS

Direção de Arte
GRINGO CARDIA

Dramaturgia
NILTON BONDER

Figurinos
CLAUDIA KOPKE

Desenho de Luz
 BETO BRUEL

Fotografia
FLÁVIO COLKER
 

SERVIÇO

Data: 13/09 e 14/09

Horário: 20h

Local: Teatro Universitário - UFES, Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória/ES.

Retirada de ingressos:
Site Le Billet

Dia 13: https://lebillet.com.br/event/1771/sagraCAo-cia-de-danca-deborah-colker-...

Dia 14: https://lebillet.com.br/event/1772/sagraCAo-cia-de-danca-deborah-colker-...

Ponto de venda físico: Bilheteria do Teatro UFES - Terça a sexta de 14 às 19h

Valores:

Setor A e B: Inteira - R$ 120,00
Meia - R$ 60,00

Mezanino: Inteira - R$ 39,60
Meia - 19,80

Acessibilidade: Teatro acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida (exceto mezanino).

Classificação: 10 anos

Acesso à informação
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